“A vida é um filme.” E se formos pensar em Babilônia, a vida seria não só um filme como também uma festa.
É uma festa mais do que de arromba. Uma festa regada a muita bebida, drogas, sexo e esquisitices dignas do surrealismo de Salvador Dalí.
E é assim que. Babilônia, filme dirigido por Damien Chazelle é que estreia no próximo dia 19 de janeiro, se inicia, com uma festa insana e megalomaníaca, com gente que a gente nem imagina quem seja, mas que vamos, aos poucos, desvendando quem são, seus medos, ambições e fragilidades.
Babilonia fala sobre a passagem do cinema mudo para o falado, mostrando a ascensão e queda, durante 3h e 8 minutos de filme, de, principalmente, 3 personagens chave da história - Jack Conrad (Brad Pitt), Manny Torres (Diego Calva) e Nellie La Roy (Margot Robbie). Além disso, escancara que todos nós, na vida, temos o nosso tempo de tela. Nada é para sempre e o sucesso é efêmero.
O interessante aspecto do longa é o fato de a extensa duração não prejudicar em nada o filme.
O ritmo frenético das festas é o mesmo dos sets de filmagem e tudo é muito bem acompanhado de uma trilha jazzística- marca presente nas obras de Chazelle - que, não à toa ganhou o Globo de Ouro de melhor trilha sonora agora em 2023.
Por sinal, não só a trilha sonora é incrível. O jeito como o som é incorporado na história é espetacular.
Chazelle sabe exatamente o quanto o silêncio é preciso e algumas cenas a forma como ele as utiliza é sensacional.
Nos sentimos mesmo passando do cinema mudo ao falado e, ao mesmo tempo, o quanto as vozes tão atuantes e importantes do cinema mudo são caladas quando o cinema inicia a sua transformação.
Além do aspecto sonoro, Margot Robbie mostra o porquê é considerada uma das grandes atrizes da atualidade.
Brad Pitt, apesar de inicialmente remeter a seus personagens em Bastardos Inglórios e Era uma vez em Hollywood, se mostra um grande ator e, se destaca e se diferencia em cada papel que se propõe a fazer.
Babilônia é grandioso. Tem planos sequências incríveis, cenas em que o campo e contra campo são importantíssimos e dizem muito sem mostrar nada e dão ainda mais importância ao filme.
Chazelle faz uma obra prima ainda mais onipotente do que Whiplash e La la land e, além disso, faz uma homenagem ao cinema e, principalmente a Cantando na chuva, encantando e finalizando o longa de maneira brilhante.
Deve pintar indicação ao Oscar por aí.


