Um cara bonitão, inteligente, extremamente ágil com as contas, capaz de memorizar os números de um cartão de crédito em segundos. Um hacker que lembra a personagem Neo, de Matrix e, talvez por isso, a gente pense estar diante de um novo Matrix.
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
Dark web: CIcada 3301 - uma mistura de Matrix, 007 e muita piada
quarta-feira, 21 de setembro de 2022
Livro dos Prazeres mostra que a maior dor é o vazio existencial
Adaptado do livro de Clarice Lispector, "Uma aprendizagem ou livro dos Prazeres", Livro dos prazeres da diretora Marcela Lordy, que estreia 22/09 nos cinemas, não é 100 % fiel e mostra o relacionamento de Lóri e um Ulisses bem diferente do que Clarice nos entrega, mas Simone Spoladore não faz feio ao interpretar Lóri, muito pelo contrário, Spoladore se entrega de corpo e alma às dores mais profundas do existir humano.
"Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é o que é o viver mesmo.""
Assim nos diz Guimarães Rosa tão sabiamente e Clarice Lispector parece traduzir as palavras de Rosa ao nos mostrar, por meio de Lóri, que não há dor maior nesse mundo do que a dor do vazio que habita dentro de nós.
Mas não só Clarice Lispector quer nos fazer refletir sobre o medo de viver. Marcela Lordy nos mostra, por meio de imagens, o quão pequena Lóri se sente perante o mundo, o quanto o medo de ser feliz é maior do que todas as coisas.
Seja num apartamento grande, numa festa cheia de gente ou na imensidão do mar, Lóri é pequena perante a solidão e a dor que ela sente por existir.
É por meio desse jogo fantástico de fotografia, que Lordy não precisa nos mostrar em diálogos as angústias de Lóri.
No filme, seus relacionamentos são efêmeros. Ela quer se entregar a Ulisses, mas tem receio e a química entre os dois atores (Simone Spoladore e Javier Drolas) parece não existir. Diferente do livro, em que a a gente torce pra que Lóri se entregue de corpo e alma a Ulisses, no filme o relacionamento dos dois parece ser até certo ponto tóxico e talvez torçamos para que ela fique com o colega professor do que com o filósofo esquerdomacho.
Claro que mesmo tendo mudanças em relação à obra, Marcela Lordy faz juz à Lóri de Clarice. Sentimos o quão sofrido é viver, o quão sofrido é se entregar, amar e é essa essência da personagem que faz com que "Uma aprendizagem ou livro dos prazeres" seja uma obra tão intensa e tão linda e é a interpretação brilhante de Simone Spoladore que faz o filme valer muito a pena.
Desterro é o som que não podemos suportar
Desterro, novo filme de Maria Clara Escobar, estreia amanhã (22/09) nos cinemas e é um filme cheio de som.
Som esse não apenas de objetos sendo abertos, água escorrendo dos céus. Por mais sutil que seja, Desterro podia ser "Cotidiano"de Chico Buarque e no silêncio de uma cozinha que nos apresenta sempre Laura e Israel, enquanto ela faz o chá e ele abre o pacote de pão, podia-se ouvir ao fundo "todo dia ela faz tudo sempre igual...", mas não.
O que ouvimos em Desterro são o olhar triste e perdido de Laura. É o desespero da corrida de Israel. São as imposições que a sociedade coloca na vida alheia diariamente, a burocracia no traslado de um corpo de fora do país.
São raros os momentos felizes e nem na foto de um simples RG se pode sorrir.
Tudo o que rodeia aquela família é extremamente sonoro. É a faca em atrito com o pão, a respiração, o tilintar da colher na xícara de chá a notícia de uma catástrofe que ofusca o momento de um parabéns de uma festa infantil.
Aliás, tudo na mente de Laura é catástrofe. Há poesia em se morrer com o fim do mundo. "Deve ser lírico" - ela diz.
Desterro é poético, é político é real. Sutil e são nos sons e nas entrelinhas que a gente mergulha na dor humana. Desterro é o som que nossa mente não consegue suportar.
Procure o cinema com melhor som e mergulhe nos sentimentos de Laura e Israel. E se for esperar pra ver num futuro numa tela melhor, use fone, pois Desterro é um filme para sentir e ouvir e não somente ver.
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