quarta-feira, 22 de março de 2023

O Acre existe e é aqui


 Sempre que a gente ouve falar algo sobre o Acre sempre tem alguém que brinca dizendo que o Acre não existe, mas a gente assistindo a Noites Alienígenas, filme dirigido por Sérgio de Carvalho e que estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 30 de marco, a gente percebe que o Acre está mais vivo do que a gente pensa.

O longa é o primeiro filme feito inteiramente no Acre e retrata bem a Amazônia urbana. Amazônia essa já completamente contaminada pelo tráfico de drogas feito por jovens que arriscam suas vidas para, quem sabe, terem mais qualidade de vida.

Mesmo diante dessa nova realidade, vinda de cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro, ainda se vê a figura de povos tradicionais que resistem a todo custo a esse novo modelo conflituoso vindo à região nos dias atuais.

Vencedor de prêmios como o Kikito de ouro do Festival de Gramado de melhor filme, melhor ator (Gabriel Konxx), melhor ator coadjuvante (Chico Diaz), atriz coadjuvante (Joana Gatis) e Menção Honrosa ao ator Adanilo Reis, "Noites Alienígenas"traz consigo, além de uma realidade cada vez mais presente não só na Região como em todo país, um tema que precisa muito ser discutido, que é o tráfico de drogas praticado por jovens abaixo dos 20 anos de idade.

Porém, depois que somos apresentados aos personagens e a trama vai se desenrolado, o filme parece que é mais do mesmo e começa a se perder.

Parece que fios não são atados e nós não se desenrolam e a alusão a alienígenas é uma mera citação, algo fantasioso - que pode estar ligado ao uso de drogas ou não, como um efeito alucinógeno e que, de certa forma, quebra a realidade nua e crua apresentada a maior parte do tempo e que torna um assassinato como simples obra de forças extraterrestres.

Não se pode negar a qualidade da fotografia, o início que mostra como se houvesse uma simbiose entre o usuário de droga e uma cobra, nos fazendo refletir se aquilo é real ou é ilusão.

O som também é algo que se torna essencial e o crepitar de cada tragada em um baseado ou simples cigarro nos  coloca como personagem dentro do filme, mas há muito mais que se poderia ter sido explorado ou explicado para que tivéssemos algo mais coeso e coerente.

Mas, é claro, assim como o cinema brasileiro atual, é um bom filme e que merece ser visto e discutido por todos, afinal, o problema do tráfico de drogas não está somente na ficção, é algo real e presente não só no Acre, mas em diversas regiões do Brasil.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Criaturas do Senhor" traz Paul Mescal e Emily Watson em discussão sobre abuso e maternidade.

Se você é mãe está lendo este texto, o que você faria para defender o seu filho? Acredito que muitas aqui responderiam a essa pergunta dizen...