Não tem como assistir "Virar Mar", filme dirigido por Philipp Hartman e Danilo Carvalho, numa co-produção Brasil e Alemanha e não se lembrar do livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha, em que o beato Antonio Conselheiro diz que "o sertão vai virar mar".
Alternando ora o município de Forquilha, no Ceará e ora os pântanos de Dirthmarchen, na Alemanha, ora ficção e ora realidade, o longa com 84 minutos traz ao espectador a realidade da água em dois países completamente diferentes e o quanto tê-la em abundância e não tê-la é desesperador.
O fato é que tanto em Forquilha quanto em Dirthmarchen, a população vive preocupada e com esse elemento tão fundamental na vida do ser humano. Porém, em ambos os países a preocupação é totalmente oposta já que Forquilha sofre com a falta de água, vive em seca quase extrema, que está sendo cada vez mais constante e o pouco que tem, acaba sendo tão poluída que nem Jesus, se estivesse vivo, conseguiria caminhar sob as águas. e, em Dithmarchen, a cidade se prepara para ser inundada já que essa parece ser a única opção para o problema do elevado aumento do nível das águas do mar e construir diques cada vez mais altos parece não resolver mais o problema.
É importante frisar que essa discussão sobre os problemas hídricos tem ganhado cada vez mais espaço e "Virar mar"faz a gente questionar sobre o que o ser humano está fazendo para amenizar os problemas climáticos cada vez mais presentes em nosso cotidiano.
Nenhum dos dois diretores em nenhum dos dois países pretende solucionar o problema da água. Eles apenas escancaram que a água é muito importante e ninguém está realmente preocupado com seu real valor e ninguém parece realmente pensar no que vai ocorrer no futuro.
"Vira mar" é um filme contemplativo, reflexivo e poético. Combina documentário e ficção e tem estreia marcada para o próximo dia 28 de julho.

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