A vida é um caminho sinuoso de altos e baixos e constantes mudanças. Nunca é uma estrada lisa e livre e, como diria Drummond, às vezes há uma pedra no meio do caminho. Pedra bruta, quase indestrutível que deixa marcas e as retinas tão fatigadas.
É no encontro com essas pedras e não sabendo como ultrapassá-las ou destruí-las, que encontramos, em Paris, às vésperas de uma eleição presidencial que deu a vitória a François Mitterrand, em 1981, Elisabeth, uma mulher recém separada, com dois filhos no final da adolescência e marcada pelo câncer de mama.
Completamente desiludida, perdida e com problemas financeiros, que Elisabeth deve se reerguer e continuar a viver em meio a tantas dificuldades.
E é nessa busca, que ela começa a trabalhar como atendente telefônica numa rádio e conhece Talulah, uma garota problemática e sem residência fixa, que se vê acolhida por Elisabeth e sua família, ou seja, se sente pela primeira vez, parte da família de alguém.
Noites de Paris, filme dirigido por Mikhäel Hers e que estreia na próxima 5ª feira, 20 de outubro, é um filme sobre queda, sobre aprendizagem, sobre as voltas que o mundo dá e como devemos sobreviver a toda e qualquer dificuldade.
Traz uma fotografia contemplativa, às vezes com uma câmera documental que mostra não só as belezas de Paris quanto os importantes momentos da história daquela época.
É também sobre trajetória de duas mulheres de idades diferentes, com diferentes problemas, mas que, juntas, mostram que toda mulher é forte o suficiente para enfrentar toda e qualquer mudança que lhe vier e que tempestades vêm e vão, que existem pedras no caminho, mas é preciso lutar sempre.

Nenhum comentário:
Postar um comentário